Neurologia é a especialidade médica que estuda as doenças do sistema nervoso central (cérebro e medula) e periférico (nervos e suas ramificações para músculos). A associação entre alterações neurológicas e outras especialidades é comum, visto que o organismo funciona de modo integrado, onde alterações de um determinado sistema podem afetar outro.
Os tratamentos vêm acompanhando a evolução dos conhecimentos nas várias áreas, sendo que a neurologia foi uma das especialidades médicas que mais se beneficiou do advento de exames complementares como eletroencefalograma (EEG), eletroneuromiografia (ENMG), polissonografia, coleta e análise do líquido cefalorraquidiano, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros.
No entanto, a neurologia trata-se de uma especialidade clínica que se baseia principalmente no contato pessoal entre o médico e o paciente, sendo fundamental para o diagnóstico correto uma história clínica completa e um exame neurológico bem feito.
Dentre as áreas da Neurologia, ressaltam-se as seguintes:
- 1) Epilepsia:
- 2) Cefaléia e Dores Crônicas:
- 3) Distúrbios do Sono:
- 4) Distúrbios do Movimento:
- 5) Distúrbios Cognitivos:
- 6) Neuroimunologia:
- 7) Doenças Cerebrovasculares:
A epileptologia é a subárea da neurologia que estuda as epilepsias. Epilepsia é uma doença neurológica crônica na qual ocorre ativação elétrica excessiva de um grupo de neurônios. Pode iniciar em qualquer época da vida e estar associada a diferentes causas.
As crises podem ocorrer de diferentes maneiras, nas crises focais o paciente mantém a consciência. Nas crises generalizadas há perda da consciência e ainda existem crises nas quais a consciência é parcialmente preservada.
O diagnóstico específico da crise convulsiva associado aos achados dos exames complementares como o eletroencefalograma permite a adequada definição do tipo de epilepsia o que é essencial para a escolha do melhor tratamento.
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A dor de cabeça ou cefaleia é uma das síndromes dolorosas mais comuns. Grande parte dos adultos tem dor de cabeça e esta é uma das maiores causas de faltas no trabalho. A dor de cabeça geralmente caracteriza-se por episódios isolados, mas pode também manifestar-se de forma crônica, além de poder representar o sintoma de outra doença.
A Sociedade Internacional de Cefaléia classificou as dores de cabeça em mais de 150 modalidades diferentes, mas destacam-se entre as formas mais comuns a cefaléia do tipo tensional e a enxaqueca ou migrânea.
A dor de cabeça pode ainda estar relacionada a alguns fatores, como:
- Sexo feminino
- Alterações emocionais
- Tensões (cefaléia tensional)
- Tosse ou esforço abdominal
- Atividade sexual (antes ou após o orgasmo)
Quem tem dores de cabeça freqüentes ou intensas e que ocasionam perda de qualidade de vida, deve buscar ajuda profissional. O médico é capaz de avaliar cada caso e indicar o tratamento mais adequado e eficaz, tanto para reduzir a freqüência como a intensidade das crises.
Abrange o estudo para o diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono, entre eles:
- Apnéia Obstrutiva do Sono
- Insônia
- Síndrome das Pernas Inquietas
- Narcolepsia
- Transtornos do Ciclo de Sono
A apnéia do sono e a insônia são os distúrbios de sono mais prevalentes na população. A apneía do sono é a interrupção periódica da respiração por pelo menos dez segundos durante o sono. É uma causa frequente de sensação de sono não reparador e de sonolência que interferem diretamente na qualidade de vida. Os portadores de apnéia queixam-se frequentemente de irritabilidade, diminuição na capacidade de atenção, hipersonolência diurna e de pouco rendimento no trabalho. Além disso, a apnéia pode causar hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), infarto, AVC e arritmias. A grande maioria das pessoas que apresentam apnéia se queixa de ronco e este pode ser o primeiro sinal do quadro.
O tratamento depende do quadro cuja gravidade pode ser quantificada pela avaliação clínica associada ao exame de Polissonografia.
A insônia, que se caracteriza por dificuldade de iniciar, manter ou finalizar o sono causa sofrimento no dia seguinte ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional, ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Pode ser primária ou estar associada a várias causas como depressão, ansiedade, movimento periódico de membros, hipotireoidismo, entre outras. Existem algumas dicas que podem ajudar a melhorar a qualidade do sono dos portadores de insônia.
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Outros distúrbios do sono como a narcolepsia, que curso com sonolência excessiva diurna e ataques irresistíveis de sono; e a Síndrome das Pernas Inquietas podem influenciar negativamente o cotidiano de seus portadores. O diagnóstico diferencial destes transtornos deve ser feito pelo especialista.
O CENEP conta com especialista em Medicina do Sono, que permite a avaliação e diagnóstico dos principais transtornos do sono, com equipe multidisciplinar para acompanhamento do uso de CPAPs, Terapia Cognitivo-Comportamental para insônia, e realização de exame de Polissonografia e Teste de Latências Múltiplas do Sono.
Subárea da neurologia que abrange o diagnóstico e tratamento de doenças que se manifestam através de movimentos involuntários. Estas doenças abrangem desde a diminuição de movimentos:
- Doença de Parkinson
- Atrofia de Múltiplos Sistemas
- Paralisia Supranuclear Progressiva
- Degeneração Corticobasal
- Tremor essencial
Até o excesso de movimentos:
- Distonias
- Doença de Huntington
- Coréia de Sydenham
- Tiques motores e Síndrome Gilles de laTourette.
Esta subárea tem grande inter-relação com a neurogenética envolvendo as doenças de origem familiar como Distonias Primárias, Doença de Huntington e as Ataxias Espinocerebelares, por exemplo a Doença de Machado-Joseph.
Subárea da neurologia que estuda as doenças que se manifestam pela deterioração das funções cognitivas, ou seja, memória, linguagem, raciocínio, orientação, compreensão, e que quando ocasionam prejuízo no dia-a-dia suscita investigação da possibilidade de um quadro de demência.
As principais causas de demência compreendem:
- Doença de Alzheimer
- Demência Vascular
- Demência de Corpos de Lewy
- Degeneração Lobar Frontotemporal
- Quadros metabólicos e infecciosos
Tratamento se baseia no manejo multidisciplinar desde arsenal medicamentoso até indicações individualizadas de fisioterapia, fonoaudiologia ao paciente e orientações e apoio ao cuidador.
Sub-especialidade da neurologia responsável pelo estudo e manejo das relações entre o sistema nervoso e o sistema imunológico. Doenças desta área são de causa auto-imune, como:
- Esclerose Múltipla;
- Neuromielite Óptica;
- Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM);
- Encefalites auto-imunes e paraneoplásicas;
- Miastenia Gravis;
- Síndrome de Guillain-Barré;
- PolineuropatiaDesmielinizante Inflamatória Crônica (CIDP);
- Neuropatia Motora Multifocal
O tratamento destas doenças geralmente é complexo e envolve exames e procedimentos especializados como pulsoterapia, terapia imunomoduladora, procedimentos de remoção de anticorpos (plasmaférese), normalmente realizados em ambiente hospitalar.
As doenças cerebrovasculares são as anormalidades que afetam a circulação do cérebro e da medula espinhal. Destaca-se neste grupo o acidente vascular cerebral (AVC), maior causa de mortes no Brasil e maior causador de sequelas neurológicas em todo o mundo. Sob o ponto de vista estatístico, uma em cada seis pessoas de toda a população mundial será vítima de AVC. Muitos destes indivíduos podem mudar esta chance, através de medidas preventivas que envolvem estratificação e modificação do perfil de risco individual. Para as pessoas que se tornam vítimas da doença, é fundamental haver um atendimento adequado na fase aguda (primeiras horas após o AVC), medidas de investigação e prevenção, assim como reabilitação das eventuais incapacidades adquiridas.
Em caso de sintomas súbitos como fraqueza em uma parte do corpo, diminuição da sensibilidade, perda de visão, fala enrolada ou mudez, perda de coordenação motora ou incapacidade para despertar uma vítima, acione imediatamente um serviço de emergência ou procure um pronto-atendimento especializado, com tomografia e CTI disponível, sendo recomendado atendimento nas primeiras 3 horas para realização do trombolítico, na tentativa de reversão dos sintomas com a desobstrução das artérias.